Uma das muitas dúvidas que por vezes se coloca é a de se saber se o VAR pode intervir nas situações em que um recomeço de jogo seja manifestamente mal efetuado.
Exemplo 1 – Um jogador faz um lançamento lateral de forma (claramente) incorreta e daí resulta um pontapé de penálti contra o adversário.
Exemplo 2 – Um jogador executa um pontapé de canto com a bola totalmente fora do quarto de círculo e desse lance resulta golo da sua equipa.
Nestes casos, o atual protocolo impede a vídeo-intervenção. Ou seja, no primeiro exemplo o pontapé de penálti nunca seria revisto e no segundo o golo validado.
O argumento do IFAB para impedir a intervenção externa neste tipo de situações baseia-se em dois pressupostos:
1. O de que as Leis de Jogo não permitem que um lance seja revisto após a partida ter recomeçado;
2. E o de que os recomeços incorretamente executados não são, em si, lances determinantes (como o são, por exemplo, os pontapés de penálti ou os vermelhos diretos) e devem ser detetados pela equipa de arbitragem que está no terreno de jogo.
Concorde-se ou não com a justificação, a verdade, por agora, é só uma:
– Se o árbitro ou os seus assistentes não se aperceberem que determinada jogada teve origem num recomeço ilegal, a ação seguinte jamais poderá merecer a intervenção do Videoárbitro… mesmo que resulte em golo.
Não é fácil de digerir, mas é assim.
(Créditos: Getty Images)