Durante o Open da Austrália de 2016, os tenistas Dominic Thiem, 20.º lugar no ranking e o belga David Goffin 16.º lugar defrontavam‑se na terceira ronda do Open. No decorrer do segundo set deste encontro, ocorre uma jogada muito peculiar.
Goffin responde a uma bola que atinge a linha de fundo, do campo adversário, mesmo no limite, porém o juiz de linha conta como fora. Nesta situação, apenas os meios tecnológicos puderam transmitir com rigor que a bola ainda se encontrava dentro do campo do jogador austríaco de 21 anos, Dominic Thiem.
Por norma, o procedimento habitual neste tipo de ocorrências, é resolvida com a repetição da jogada. É nesta altura que Thiem é protagonista de um comportamento, que dignifica o desporto, mas também o próprio Homem e atleta, demonstrando a sua vontade de ganhar, de forma justa, honesta e nobre.
Quando o árbitro de cadeira, ordena a repetição da jogada, Dominic diz ao árbitro para conceder o ponto a Goffin, pois ele próprio tinha tentado responder à jogada do adversário, sem sucesso, décimas de segundos antes do árbitro de linha ter referido que a bola tinha passado a linha de fundo.
Este é um comportamento raro de ser visto, que deixou os árbitros perplexos, bem como, o próprio adversário, que fez referência a esta nobre conduta, na sua conta do twitter: “Gostaria de agradecer ao meu amigo ThiemDomi pelo seu ato de fairplay que fez esta manhã. És um bom homem!”
Os espectadores também não ficaram indiferentes, aplaudindo o gesto do tenista, que não se aproveitou da vantagem que o regulamento lhe permitia dada a situação.
Realmente é de louvar a nobreza de tal comportamento, que ao ser praticada, ilustra bem os valores da verdade, honestidade e justiça. O desporto é na sua essência uma luta, uma luta contínua pela vitória e superação, seja ela individual ou contra outro(s), porém essa luta deve ser sustentada por valores nobres, permitindo assim o desenvolvimento da própria sociedade e do próprio Homem.
Foto: Gazeta desportiva
