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Doze histórias de arbitragem baseadas em factos reais

Doze histórias de arbitragem baseadas em factos reais
Doze histórias de arbitragem baseadas em factos reais, com discursos ficcionados, pontos de exclamação e palavras menos apropriadas

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I – ÁRBITRO JOVEM NOMEADO PARA JOGO DIFÍCIL

“É uma vergonha, pá… é à descarada. Com tanto gajo experiente e nomeiam práqui um puto verde, sem andamento para isto. Míudo de me…! Estava-se mesmo a ver que ele não ia ter mão nisto! Maçarico!!”

II – ÁRBITRO EXPERIENTE NOMEADO PARA JOGO DIFÍCIL

“Olha, olha, quem é o artista… ainda me lembro daquele penálti em 1957, seu ladrão! É sempre o mesmo, é que já nem escondem! Está tudo viciado, isto!! Esta corja tem que ser toda corrida com urgência!! Que venha sangue novo!”

III – ÁRBITRO NOMEADO QUE UM DIA ASSUMIU SIMPATIA CLUBISTA

“Lampião!! Lagarto!! Morcão! Devias ter vergonha na cara, seu corrupto!! Despe mas a camisola, pá! Labrego!! É só levá-los ao colo, não é? É que nem escondes! Seu ordinário!! Sê isento, pá!”

IV – ÁRBITRO NOMEADO QUE NUNCA ASSUMIU SIMPATIA CLUBISTA

“Cobardolas, nem homem és!! Dá mas é a cara, seu animal! Ao menos assume, quem não deve não teme!! O que é que tens a esconder, seu boi? Nem és carne nem és peixe, seu nojo de gente!”

V – ÁRBITRO MAIS RIGOROSO

“Olha para este a distribuir cartões como se fosse Natal!! Mete mas é isso na p…, pá!! Não tens autoridade nenhuma, é disparar a torto e a direito!! Estragaste isto tudo, seu nojento!! Estás contente?”

VI – ÁRBITRO MENOS RIGOROSO

“Então isto é assim?? Vale tudo? É só dar porrada e nada?? Deixaste os cartões em casa? Que vergonha!! Do pescoço para baixo é canela, é bar aberto!! Seu fraco!”.

VII – ÁRBITRO MAIS DIPLOMÁTICO

“Deixa-te de conversas e apita mas é essa m…, pá!! Faz-te homem!! Só paleio, só paleio! Porra! Impõe-te mas é!!! Deixa-te de tangas e põe o jogo a mexer, ó lingrinhas!!! A malta pagou para ver bola, senão ia a uma palestra!”

VIII – ÁRBITRO MENOS DIPLOMÁTICO

“Olha-me bem para a arrogância deste gajo!! O rapaz a querer explicar e vira-lhe as costas! Já viram isto? Como é que é possível? Depois estranhas que levaste! Vaidoso, cagão! Que vergonha!! Sê humilde, pá!! Prepotente…”

IX – ÁRBITRO RECONHECE QUE ERROU

“Agora?? Ai agora é que pedes desculpa? Mete mas é as desculpas no…. Em 1982, quando meteste nojo, não disseste nada, pois não? As desculpas não se pedem, evitam-se! Estás comprometido, tens medinho deles, não é? Está na cara!! É preciso ter lata!!

X – ÁRBITRO NÃO RECONHECE QUE ERROU

“É por estas e por outras que depois levam na cara! Podias ser homenzinho, ao menos, não, seu cabeça de alface? Arrogante de meia tigela! Homem que é homem dá a cara, pá! Ficava-te mal assumir que meteste nojo?”

XI – ÁRBITRO NO PRIMEIRO JOGO DA CARREIRA

“Ai já começas assim, seu meia-leca? Já te estava no sangue, meu grande ladrão! Como é que é possível mandarem gajos destes para aqui! Ele sabe-a toda! Hás-de apanhar muito nesses cor…, seu garoto! Sacana!”

XII – ÁRBITRO NO ÚLTIMO JOGO DA CARREIRA

“Ai agora é que vais embora? Já vais tarde, sua besta! Deves estar rico, para bazares assim, de fininho! Seu chulo! Foram anos e anos a desgraçar o futebol, seu ordinário! Nunca hás-de dormir em paz!”

* A narrativa só tinha realismo se aproximasse o leitor às pérolas do léxico que se ouve lá dentro. As minhas desculpas aos leitores mais sensíveis pelo “quase-vernáculo“.

Artigo publicado em Tribuna Expresso

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